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23 de mar. de 2017

O que somos no privado somos também na vida profissional . via LinkedIn Pulse


Em meio aos telefones tocando, interfone berrando, minha caixa de e-mails explodindo e as pessoas me chamando, em um breve instante, fiquei escutando o barulho da chuva que lá fora caia mansa e bem gostosa, e pensei: O que temos feito com nossas relações pessoais e de trabalho?
Em um mundo que as amizades são tão fáceis de fazer, onde todo mundo é feliz e de bem com a vida nas redes sociais, onde você trabalha em uma empresa de sucesso, onde se fala o que quer e manda o que quer, fazendo que os famosos nudes se tornassem algo tão banal, qual é o nosso lugar no meio de tudo isso?
Lembro-me de um tempo que a gente fazia amigos brincando de bola na rua, andando de bicicleta; que brincar de salada mista era o mais perto de algo íntimo com o outro que tínhamos. A infância passava sem maiores sustos e a adolescência chegava cheia de descobertas.
O primeiro e provavelmente o único emprego vinha de indicação de amigos e conhecidos, porque era um pedido de um compadre e você ficava eternamente grato àquela pessoa. Dava sua vida pela empresa e seu salário era quase uma bonificação.
Seus amigos eram seus vizinhos, pelo menos um deles seu colega de trabalho e com certeza estavam nas festas da família. Eles cabiam na sua casa por menor que ela fosse. Hoje as listas de amigos passam de 1.000, sua agenda de contato usa todo o espaço do seu chip e ainda continuamos tendo o mesmo problema de solidão e descontentamento. Somos gentis com nossos “amigos” virtuais e deselegantes com o porteiro do prédio, com nossos colegas de trabalho, com nossos funcionários, com o atendente da padaria. Estamos sem paciência.
Perdemos a vergonha de fazermos muitas coisas que eram intimas a nós. Mas junto com essa perda perdemos também nossa essência. Quantos amigos verdadeiros você fez ao longo de um ano, de 5 ou em 10 anos?
Hoje estamos tão soltos, tão fáceis e tão frios. As relações se tornaram algo frágil, sem raízes. Mas aí, você pode me dizer, mas o mundo mudou. Sim, concordo, o mundo mudou! Entramos em ritmo dinâmico, tudo que era para hoje, já se pede pra antes de ontem. Se uma pagina não abre no instante que você clica a internet já está lenta. E isso que nem todo mundo pegou a internet discada. (Tenebroso era esse tempo!)
Acabamos nos tornando superficiais. E sabe o que é mais triste? O interior também. Nossas emoções se tornaram volúveis, hoje digo eu te amo, amanhã adeus. Considero você meu amigo, amanhã não mais. Na mesma proporção e na mesma intensidade.
Sem contar no meio profissional, porque a nossa essência não muda, o que somos no privado, somos também como profissionais e isso não tem como fugir. Você pode disfarçar, mas sempre vai deixar transparecer quem você realmente é. No jeito de tratar alguém que está subordinado a você, com seu gerente, com seu colega de trabalho, com o porteiro do prédio, ou com a moça do cafezinho. Esse trato diário e constante revela quem somos e o quanto nos importamos com as pessoas. A indiferença na vida real ou a atenção por interesse, talvez seja uma das grandes doenças que atinge a nossa vida profissional.
E por mais que amo os mineiros e quando digo que nós somos top e nós somos mesmo, não estamos fora desse contexto. Ainda preservamos algumas coisas, mas no mais estamos expostos a essas mudanças comportamentais.
Mas como podemos amenizar isso? Acredito que no velho modo de formiguinha, dia após dia, sempre refletindo nossas atitudes. Criando novas oportunidades de nadar contra a correnteza.
Já li vários textos que falam sobre a autenticidade. Mas o que é ser autentico? Porque autenticidade e grosseirismo, caminham em uma linha tênue.Quem é você, você sabe?
Somos frutos do meio ou usamos o meio para dar frutos? O que estamos fazendo com nossas relações, pessoais e profissionais? Se não criarmos raízes no que fazemos (e não estou dizendo que você tem que virar peça de museu no seu trabalho ou na vida), eu estou dizendo que temos que nos fixar em algo e esse algo é o porquê do que fazemos.
O que vamos deixar de legado? Qual será nossa historia? Já pensou nisso?
Lembro das histórias que minha avó conta dos amigos de 70 anos atrás, de pessoas que passaram por sua vida e se tornaram parte importante. Não pela ajuda em si, mas por dar importância a oportunidade de estar na vida dela e ela na vida deles. Somos um mundo de possibilidades, sempre digo isso. Está na hora de nos abrirmos a essas possibilidades sem medo.
Responder a um bom dia, devolver um sorriso, ser gentil, faz que as possibilidades sejam criadas. Dar um passo a mais na relação profissional, tomar um chopp depois do trabalho, lembrar que estamos vivendo e convivendo com gente, como a gente com sentimentos e sonhos. Porque no fundo, temos medo do outro de descobrirmos que ele (a) pode ser melhor do que a gente. Mas pense: o que é seu ninguém vai tirar. E se tirar, é porque não era seu. E se não era seu, lá fora existe um mundo de possibilidades de você encontrar seu lugar ao sol, de fazer a escolha certa, de dar frutos, de fazer história, de ser alguém que faz bem a quem tem o prazer de te conhecer.
Então, como uma boa mineira que aprendeu que de uma boa prosa ninguém escapa, borá tomar um café, porque esse é por minha conta!
Tec. Hospedagem - Reserva de Grupos - Hotel União

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